quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dor

Existem coisas que doem mais,
Dói mais o descaso que a ignorância,
Dói mais a mentira do que a lembrança.
Dói mais saber que não teve ensaio,
Que nenhuma palavra a nós foi dedicado.
Dói muito, muito mesmo saber que logo acabará,
não por mim, nem por você, mas porque não era pra acontecer.
Dói saber que lutei com moinhos e, vencido
me deitei no campo de trigo. E, havia vento.
Tudo isso, toda essa mentira que estamos patrocinando,
como um comercial de marca famosa, que passa no horário nobre.
Dói saber que é só isso, um roteiro, um script.
Uma segunda temporada.
Dói saber que fiquei com as migalhas de vários pratos,
saboreados, um a um, por vários outros paladares.
Dizem: - talvez tenha exagerado!
Sim, talvez, pensei em algo para ser bonito.
Mas, no final será como sempre foi.
Acho que sempre ficará o espaço, desse amor,
que já se consolidou como uma verdade absoluta.

domingo, 27 de maio de 2012

No fim de tudo, volto ao ponto de partida. Confesso, você continua bem aqui, da onde nunca saiu. Nenhum passo, nenhumzinho. E, por mais que eu me esforce pra que tudo fique bem, só sei que vai ficar bem quando estiver com você (resumindo, nunca!). Porque eu busco motivos para não ser você, não ser seu sorriso o mais lindo, não ser seu olhar o mais misterioso, não ser seu cheiro o mais inebriante, não ser seu jeito a me encantar.
Mas sempre é você, sempre. Não encontro ninguém que se compare a tudo isso, a pessoa ideal que eu quis desde o primeiro dia que vi. 
Até seus defeitos irritantes me fazem bem, sua teimosia e seu jeito maldoso de sempre me atingir. Eu adoro isso em você e, ninguém faz isso melhor do que você. Só você sabe me atingir sem me machucar e isso é muito legal!

É tudo uma merda! Sem você tudo é uma merda...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Meias pela cabeça

Não posso contra as forças da natureza,
O raio, o trovão, a tempestade,
Você inteira.

Não existe fortaleza,
Apta a segurar a fúria
Embebedada em toda sua beleza.

O que me alegra é que tomei de volta o descanso,
O repouso para minha alma.
Cansei de renunciar meu repouso em troca de trapos.
Não podemos vestir meias pela cabeça.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O visor fica claro e o sorriso desabrocha,
como flor que espera a primavera.
E então, ela só espera...
Espera para ouvir os passarinhos assobiando,
O bater-de-asas dos beija-flores,
O barulho incansável das abelhar.
É como se a flor se abrisse para o mundo,
E o mundo inteiro entrasse dentro dela.
Gosto de me sentir assim,
com todo o universo dentro de mim.


sábado, 7 de abril de 2012

Pior pra mim.


Existem silêncios que falam mais coisas do que um monte de frases, existem frases que não falam nada!
As vezes fico quieta, porque me faltam palavras, as vezes falo muito para que nenhuma palavra espertinha entregue o que com tanta dificuldade tento guardar...

As vezes sofro, sofro sim, porque sei como tudo isso vai acabar, pior pra mim!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Carrapicho

Sentimento carrapicho é aquele que não sabe desgrudar,
Aquilo que incomoda, e mesmo que você bata, esfregue,
ele insiste, reluta e não para de incomodar.
O melhor remédio para o sentimento carrapicho,
pelo menos o mais eficaz que eu conheço, é
deixar ele lá ficar, porque não adianta vir com 7 pedras,
um pote, um frasco, tentando pulverizar.
Porque praga assim é difícil de exterminar.
Então, deixa o bicho carrapicho.
Fica carrapicho,
incomoda carrapicho.
Com o tempo, ele só saberá fazer isso, incomodar.





terça-feira, 27 de março de 2012

Verbo velar.

Me empreste todo o seu vocabulário,
para eu escrever a minha história.
Afinal, cansa brincar de pique-esconde
com café com leite.
Afinal, isso é coisa para se por a mesa.
No fim das contas, existe mais liberdade em cela acolchoada,
do que em faixa de pedestre.
Existe mais beleza na cara do palhaço,
do que em natureza morta.
Haja velório!

vômito

O problema do sentir é que ele atormenta a alma,
ele tira tudo do lugar, como uma mudança sem prazo para terminar.
Existem várias formas de sentir, mas a pior delas
é aquela que você vê. Dia-após-dia você vê.
E, mesmo que você esfregue os olhos continua vendo.
O sentir é uma transcendência desnecessária,
que insiste em te "transfazer".
É uma pedra no sapato, uma interrogação reticente.
Mas, nisso tudo existe uma coisa a se aproveitar,
Pois é aí que a gente se reinventa, com este sentir atormentado.
Só com o aperto é que nos esprememos para passar pela fresta,
Nos esgueiramos pelo buraco e abandonamos o fundo do poço.
O desaparecimento da beleza, traz a nudez da verdade.
E a verdade, AH A VERDADE!, é como lupa à olhos curiosos,
é bomba relógio à corações acomodados.
Que esta tormenta assole mil vezes a minha navegação,
pois a ânsia da deriva embrulha a certeza da existência.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Te quero como o outono quer a primavera.
Fazendo-o desfolhar a cada espera.
Te quero como a musica quer o vento.
Para poder se propagar em todo momento.

Te quero como a chuva quer oceano,
Para virar profundidade.
Te quero como a poesia quer coração,
Como a saudade quer presença.

Te quero assim, longe para poder te achar e,
Te quero, porque isso é terra seca,
agonia. Porque adoro cerrar os dentes
nessa aflição que me aflige todo santo dia.

Te quero, simplesmente...