segunda-feira, 20 de setembro de 2010

heY baby

Seu estúdio estava totalmente escuro
e as peças pareciam vivas.
Uma série de imagens, grudadas às paredes,
como se delas nascessem e lá fosse sua
parcela do paraíso.
Os contornos perfeitos, se desenhavam
embebedados em beleza, luxúria e
mentira. Lá havia toda sorte de sentimento
que não pudera viver, toda a dor e a tragédia
que sua vida se transformará, por não saber
amar, ou por não saber ser correspondida.
Havia de tudo naqueles traços, olhos vivos,
olhos desejosos, olhos mentirosos, olhos de
CAPITU. Todos os olhos, que ela observou,
todos os olhares que ela roubou. Porque
nada mais poderia ter, além de olhos e
olhares.
E a tinta continuava a correr, em traços violentos
com seu desejo encalacrado, grudado, fadado
na parede branca de seu estúdio.

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